EU REGINA ESPÓSITO,APRESENTADORA DE TV,FILHA,MÃE,ESPOSA,AVÓ,MULHER GUERREIRA QUE SOU,Postarei tudo que puder de informações,retiradas da internet,retirada de amigos portadores de Osteogêneses Imperfeita,OUTRAS DEFICIÊNCIAS e MEUS DEPOIMENTOS DE VIDA, a todas pessoas interessadas em conhecer sobre O.I.(Osteogêneses Imperfecta)CONHECIDA COMO A DOENÇA DOS OSSOS DE VIDRO!!“NÃO SINTO O GOSTO AMARGO DO PRECONCEITO, MAS O DOCE SABOR DE SER DIFERENTE”.BY REGINA ESPÓSITO
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domingo, 24 de junho de 2012
Katya Hemelrijk Indo de encontro a seus sonhos
Empresária na área de comunicação, administradora de empresas e designer de formação, radialista e atriz, Katya Hemelrijk , a Katynha, 29 anos, sem dúvida é uma mulher que representa bem o século XXI. Empreendedora, conduz sua carreira com determinação de quem sabe onde quer chegar. Mas, ao mesmo tempo, tem a sabedoria de conjugar toda essa dedicação profissional com qualidade de vida, deixando espaço, sempre, para seus mais caros prazeres: a família, os amigos, o namorado e o teatro. "Adoro passear, estar com amigos, curtir a família, viajar, cineminha, teatro... Mas o melhor de tudo é poder é curtir tudo isso do lado de uma pessoa muito especial, que foi entrando aos pouquinhos na minha vida, e hoje é meu grande companheiro, amigo, cúmplice e amante! O Ricardo, meu namorado!"
Indo de encontro a seus sonhos, Katya, conciliou a criação do próprio negócio com estudos de aperfeiçoamento e uma carreira artística de grande talento. Formou-se na PUC-SP em Administração de Empresas com ênfase em Marketing em 1998. Não satisfeita, decidiu cursar outra faculdade, desta vez de Design Gráfico, no Senac, ampliando sua qualificação. Fluente em inglês e hábil em informática, logo encontrou seu espaço no mercado de trabalho.
Mas o sonho de ter sua empresa falou mais alto. O resultado: em agosto de 2003 nascia a Dizáine, agência de comunicação e eventos, em parceria com o amigo Ricardo Giradi, o Gira. "Sempre tive vontade de ter meu próprio negócio. A Dizáine nasceu de um sonho, meu e do Gira. Trabalhamos juntos em duas empresas diferentes e de repente nos vimos com a chance de montar a nossa agência. E foi assim que a Dizáine surgiu no mercado. A data de início é dia 13 de agosto de 2003."
Katynha conta que no início o foco eram apenas as pequenas e médias empresas. "Percebemos que esse nicho era carente de uma agência de comunicação que levasse suas necessidades a sério." Deu certo e hoje comemoram a ampliação da área de atuação da empresa, agregando empresas maiores e também fazendo eventos. "A Dizáine continua com o atendimento de pequenas e médias empresas, mas também faz eventos corporativos para empresas maiores."
A empresária nasceu com Osteogêneses Imperfeita (OI), uma doença rara (atinge um a cada 21.000 nascidos), que tem como principal sintoma a fragilidade dos ossos. Por isso, é conhecida como "ossos de cristal" e ocasiona estatura baixa e, quase sempre, a necessidade dos portadores se locomoverem com auxílio de uma cadeira de rodas.
Confira abaixo, nesta entrevista para a Sentidos, um pouco mais da vida e as opiniões dessa taurina bem-humorada, que tem fibra, arte e muito amor circulando nas veias.
Sentidos: Considera-se uma pessoa empreendedora?
Katynha: Sim, me considero empreendedora em todos os sentidos, principalmente na maneira de encarar o meu dia a dia!
S: Você é empresária, cursou duas faculdades, fez especialização. Considera-se privilegiada num país de tanta exclusão?
Katynha: Nossa! (risos) É muito complexo falar disso! Sempre tive uma vida completamente dentro dos padrões considerados "normais". Isso eu devo a minha mãe (Marta), que é minha referência de vida! Ela teve toda a coragem do mundo para me educar para a vida, me preparar para que eu tivesse uma vida completamente independente. Cada passo foi muito marcado, muito suado, mas todos foram dados com muito orgulho!! Eu me considero uma pessoa de sorte sim! Sorte por ter nascido na família que nasci, por ter amigos como os que eu tenho, enfim...por vários motivos!
S: Sempre estudou em escolas regulares? Sofreu discriminação?
Katynha: Sim, sempre tive a oportunidade de estudar em escolas que não fossem para pessoas especiais. E tive a oportunidade de estudar em escolas particulares. A escola que passei a minha infância me recebeu de braços abertos. Sempre fui tratada de igual pra igual, com cuidado, mas sem preferências ou privilégios. Quando mudei de escola, na minha 7ª série, fui recebida por uma diretora encantadora, mas logo ela saiu e, aí sim, começou meu maior desafio pra conseguir me formar no segundo grau. Entre desculpas esfarrapadas, o novo diretor todo ano tentava fazer com que eu desistisse e mudasse de colégio, mas graças a minha mãe, os professores, meus amigos e minha persistência, consegui me formar! Entrei na faculdade direto do último ano. Por coincidência do destino, na mesma faculdade que o filho do diretor que me queria "tão bem" entrou! (risos) Nos formamos juntos na PUC!
S: E na faculdade, tudo correu bem?
Katynha: Na faculdade não tive problema nenhum. Sempre tive muito apoio de todo mundo. Foi na faculdade que comecei a ter minha independência e foi uma das melhores fases da minha vida! Quanto ao acesso...
S: O problema de sempre? Falta acesso...
Katynha: Foram raras às vezes que deixei de fazer algo por falta de acesso. Uma das coisas que me orgulho muito é a de ter a oportunidade do conhecer tanta gente legal, que estão sempre a disposição pra ajudar! Disso eu realmente não posso reclamar, as pessoas sempre dão um "jeitinho". O que mais me aborrece, é que a sociedade tenta compensar a falta de acesso a determinados lugares, oferecendo alguns privilégios. Isso eu não concordo muito. Acho que a gente tem que ter acesso e condições como qualquer cidadão. Um exemplo é entrar pela porta da frente dos lugares e não pelos fundos, tendo que atravessar a cozinha... (risos). E não determinados privilégios, como entrar "na faixa" em baladas ou não pagar estacionamento. Acho que se eu não tivesse condição física nem financeira, eu não estaria numa balada e muito menos teria um carro para parar no estacionamento! Acho sim que temos que ter condições de acesso, gente pra nos ajudar, isso sim! Senão os estabelecimentos teriam que favorecer todas as pessoas que têm alguma deficiência seja ela física, mental ou financeira.
S: Como avalia os progressos na inclusão no mercado de trabalho depois de 1999, com a regulamentação da Lei 7853 que inclui a Lei de Cotas (Decreto 3298)?
Katynha: Acho que essa foi a maneira que eles encontraram de inserir aos poucos os portadores de necessidades especiais no mercado de trabalho. Pelo que tenho visto, a maior parte das empresas que já está trabalhando com a gente, não se arrepende. Uma vez escutei uma coisa de um chefe meu que me tirou do sério. Ele me disse que estava gostando muito do meu trabalho, que queria indicação de mais portadores de necessidade especial, mesmo porque nós somos profissionais de fácil negociação salarial, já que o mercado não está preparado para nos receber! Ainda bem que isso já faz uns cinco anos e que muita coisa mudou! Somos profissionais tão competentes quanto aos que não tem nenhum problema físico e tão incompetentes como os que não tem problema físico. Cada um é cada um e acho que o mercado está percebendo isso aos poucos. A sensação que eu tenho é que pelas empresas pelasquais passei, tentei deixar uma imagem diferente da imagem que eles tem de um deficiente físico...acho que consegui!!!
S: E em relação ao acesso à educação?
Katynha: A educação pública no Brasil é precária em todos os sentidos e não seria diferente em relação aos deficientes. O que eu acho mais legal, é que hoje existem ONGs que se dedicam à capacitação profissional de portadores de necessidades especiais. É uma iniciativa muito legal, mas para que dê certo e tenha resultado, é preciso que nós (pessoas com deficiência) saiamos de casa, tenhamos coragem de enfrentar o mundo, os olhares de piedade e o preconceito. Quanto mais sairmos de casa e mostrarmos que estamos aí, ativos na sociedade, mais natural a nossa presença vai ficando.
S: E o trabalho na rádio América, continua?
Katynha: O convite veio do Pedro, que trabalhava na rádio Gazeta AM. Conheci o Pedro por meio de um chefe que eu tive. Ele gostou de mim, eu dele, e acabamos não perdendo o contato. Um dia ele me ligou, dizendo que estava na rádio América e me propôs um quadro voltado para informações para pessoas com necessidades especiais. Infelizmente não deu certo... O Pedro acabou saindo da rádio América e o quadro acabou! Durou um ano, mais ou menos. Mas acho uma iniciativa bem legal!!!
S: E a vida artística, como começou? O que representa, significa em sua vida?
Katynha: Ai que delícia falar disso! Comecei o teatro em maio de 2003. Recebi o convite por e-mail, com a data e o local das aulas e fui lá ver o que rolava! Tinha certeza que ao menos o pessoal deveria ser alto astral. Não me enganei! Foi uma das melhores coisas que eu fiz! Fiz o curso com o Deto Montenegro, pela Oficina dos Menestréis, e acabei participando da montagem do musical Noturno - Projeto Cadeirantes com uma galera linda e totalmente louca!!!
S: Como concilia o teatro com as diversas atribuições de empresária?
Katynha: Hoje eu só continuo no Noturno, a correria do dia a dia não me deixou montar as outras peças, mas eu já estou feliz! Sempre que posso vou até lá, apoiando e curtindo meus amigos! Foi lá que conheci cadeirantes tão loucos quanto eu...(risos).
S: E o lazer, o que faz? Considera que em relação a cultura e lazer a sociedade e os comerciantes avançaram?
Katynha: Eu faço de tudo. Adoro sair, pegar um cineminha, ir para barzinhos, dirigir, estar com os amigos e é claro, namorar muito! Acho que hoje a estrutura dos espaços públicos para nos receber melhorou muito, mas como eu disse antes, a gente tem que sair para que as pessoas saibam que a gente também gosta de freqüentar estes tipos de lugares. Hoje já consigo entrar pela porta da frente de um cinema.Muitos ainda pecam nos lugares reservados para deficientes (normalmente é no gargarejo). O metrô é o melhor transporte para os cadeirantes, a maioria com acesso e com uma equipe muito atenciosa. Vou dizer que não tenho muita dificuldade não! É muito raro ouvir um "não" como resposta quando eu peço ajuda.
S: Quais seus projetos para o futuro?
Katynha: São vários! Entre eles, fazer minha empresa crescer, casar, ter filhos, enfim, montar uma família linda!
S: Considera-se independente?
Katynha: Sim! (com muito entusiasmo) Claro que não é tudo que dá pra fazer sozinha, mas acho que independência vai além de fazer tudo sozinho. Independência vai muito de estado de espírito, de você estar bem com você mesmo e dar um jeito de fazer as coisas que você quer, independente se você precisa de alguém pra te ajudar ou não. Independência é aceitar a ajuda, sem achar que as pessoas estão fazendo por pura obrigação, é deixar o dia a dia mais leve e ir fazendo as coisas!
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Um comentário:
OLÁ, COMADRE REGINA PARABÉNS PELO LINDO BLOG.... COM CERTEZA AJUDARÁ MUITAS PESSOAS A ENTENDEREM ESSA DEFICIÊNCIA E SUAS LIMITAÇÕES!!! BOA SORTE E BEIJOS NA ALMA...MALLÚ MARIANNO
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