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terça-feira, 9 de outubro de 2012

Suor excessivo e desconforto pessoal e social


                                             Dr. Joâo Paulo Junqueira Magalhães Afonso Médico Dermatologista formado pela Escola Paulista de Medicina - UNIFESP Especializando em Dermatologia Avançada
Dr. Joâo Paulo Junqueira Magalhães Afonso Médico Dermatologista formado pela Escola Paulista de Medicina - UNIFESP Especializando em Dermatologia Avançada


Hoje trataremos de um assunto que pode parecer sem importância para a maioria das pessoas, mas que para muitos é um transtorno.  O excesso de suor, a sudorese excessiva, ou também conhecida pelos médicos como hiperidrose, que causa grande impacto na vida social e pessoal.

A maioria das pessoas não sofre qualquer tipo de problema com seu suor, apenas tratando de usar um desodorante comum para perfumar-se e prevenir qualquer odor desagradável que possa surgir ao longo de um dia quente e agitado. Assim simplesmente, suam, como produzem saliva ou lágrimas, ou seja, simplesmente sem notar.
No entanto há um grupo de pessoas para as quais a produção de suor torna-se algo desconfortável e perceptível a ponto de lhes causar problemas pessoais e de convívio social. Estas pessoas têm hiperidrose ou produção excessiva de suor.
O excesso de suor pode acometer várias regiões do corpo como axilas, mãos, pés, tronco, face e até mesmo região genital.
Mas a partir de que ponto temos o limite entre uma sudorese normal e outra anormal?
Isso é extremamente difícil de definir para nós médicos. Exatamente porque não existe uma quantidade considerada normal ou anormal. Portanto passamos a considerar anormal a sudorese que causa problemas ao paciente, ou seja, somente quando o paciente enxerga isso como algo que lhe causa transtorno é que nós, médicos, também passaremos a ver isso como problema.
Assim, temos pacientes com muito mais sudorese que outros que simplesmente não se incomodam e, por isso, não consideramos isso como problema, e outros que, mesmo com uma sudorese menor, têm muito desconforto a ponto de ser necessário um tratamento.
Consideramos pacientes como indicados a algum tipo de tratamento quando a sudorese lhes causa incômodo pessoal a ponto de atrapalhar sua concentração, interferir no seu dia a dia, causar problemas sociais no trabalho ou relacionamentos pessoais, dentro outros impactos importantes.
E como são tratados os pacientes que chegam a precisar de tratamento?
Bem, considerando que a maior parte das hiperidroses não tem nenhuma doença como causa, ou seja, nenhum distúrbio hormonal ou até mesmo externo, como medicamentos, acabamos por tratar simplesmente o sintoma e atualmente temos 4 linhas de tratamento:
1- com medicações tópicas (cremes, loções, etc)
2- sistêmicas (medicações tomadas via oral)
3- com medicações injetáveis (toxina botulínica)
4-e a cirúrgica (simpatectomia)
A opção 1 deve ser preferencialmente a primeira, pois muitos casos podem ser resolvidos somente com medicações tópicas. Já as medicações via oral são menos usadas, uma vez que a maioria delas gera efeitos colaterais indesejados e, muitas vezes, mais incômodos do que a própria sudorese.
A opção injetável é também um ótimo tratamento, desde que a região onde esteja ocorrendo o excesso de sudorese seja passível deste tratamento. Isso porque o uso da toxina botulínica, cuja marca mais conhecida é o Botox, pode ser difícil em algumas regiões como tronco e genitais. Já em axilas, mãos, pés e até mesmo face, podemos ter os melhores resultados.
Finalmente a opção cirúrgica deve ser a última e muito bem analisada antes de ser realizada. Isso porque trata-se de opção mais invasiva, com necessidade de realização em centro cirúrgico com anestesia, além do fato de ser definitiva e irreversível, podendo ainda gerar uma sudorese excessiva chamada “rebote” em outra localização do corpo.

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