Sintomas são ligados ao mieloma múltiplo, quatro vezes mais comum que a leucemia.
Exame simples de sangue pode detectar a doença e atacá-la em sua fase inicial.
Dores fortes nas costas podem não significar um mero problema ortopédico. Esse tipo de sintoma também está ligado ao mieloma múltiplo, um câncer que atinge a medula óssea, atacando as células produtoras de anticorpos. Embora pouco conhecida, a moléstia registra mil novos casos por dia no mundo, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos, sendo quatro vezes mais comum que a leucemia.
Além das dores lombares (localizadas principalmente na coluna e nas costelas), o mieloma múltiplo pode ocasionar anemia, problemas renais e fraturas sérias, ligadas ao desgaste nos ossos que o câncer na medula produz. O paciente também pode ficar com o sistema de defesa do organismo enfraquecido e sofrer muitas infecções -- o que é de esperar, já que a doença atrapalha o bom funcionamento das células de defesa da medula óssea.
Por tudo isso, os especialistas aconselham um cuidado maior na hora de procurar ortopedistas, fisioterapeutas ou reumatologistas com queixa de dores nas costas. É importante que esses profissionais, por medida de segurança, solicitem um exame de sangue para avaliar a possibilidade de mieloma múltiplo. Um dos exames recomendados para isso é o de eletroforese de proteínas séricas, que identifica um excesso de proteínas no sangue o qual pode estar ligado à doença.
O ideal é que os pacientes sejam identificados precocemente -- nos Estados Unidos, 40% dos que sofrem de mieloma múltiplo descobrem o problema durante exames de rotina. Como a doença afeta cada paciente de forma diferente, o tratamento é individualizado, mas pode incluir quimioterapia e transplante de medula, além de remédios contra a anemia e contra a fragilidade dos ossos.
Mais informações sobre a doença podem ser encontradas no site da International Myeloma Foundation (IMF) Latin America ( www.myeloma.org.br ), organização que busca congregar médicos e pacientes na busca de alternativas mais eficazes contra a doença. No endereço eletrônico também é possível solicitar gratuitamente um kit informativo sobre mieloma.
Teste simples
A presidente da IMF Latin America, Christine Jerez Telles Battistini, conhece o problema de muito perto. Sua mãe era portadora da doença e morreu há três anos, uma década após o diagnóstico durante exames de rotina. "A expectativa de vida dos pacientes nos Estados Unidos é de dez anos, enquanto no Brasil é de três a quatro anos, justamente pela falta de uma detecção precoce da doença", conta ela.
O teste que ajuda a indicar a presença da doença é simples, coberto por planos de saúde e feito também pela rede do Sistema Único de Saúde. Segundo Battistini, ele é apenas um pouco mais caro que um hemograma tradicional. "A nossa luta é para que ele seja incluído em todos os check-ups regulares de saúde", afirma.
A doença, por enquanto, não pode ser curada -- apenas controlada. "Com a detecção precoce e o tratamento adequado, ela pode se tornar uma doença crônica, como a diabetes", diz Battistini.
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