
Sendo definida como “ciência aplicada tendo por objeto de estudos o movimento humano em todas as suas formas de expressão e potencialidades”, e tendo por objetivo “preservar, manter (forma preventiva), desenvolver ou restaurar (reabilitação) a integridade de órgãos, sistema ou função”, a fisioterapia, e o profissional que a realiza, o fisioterapeuta, vêm exercendo importantes papéis na sociedade. Sua atuação existe tanto em hospitais e clínicas, educação e ensino, esporte, dentre outras.
Verdade é que, nos últimos anos, a popularidade da Fisioterapia e dos profissionais dessa área cresceu bastante. Isso aconteceu não somente entre os profissionais da saúde, que passaram a considerar o trabalho dos fisioterapeutas não só útil, mas fundamental, especialmente em algumas áreas como no trabalho das UTIs, e também entre a população geral, que acompanhou casos como o de jogadores de futebol, em especial do Ronaldo Fenômeno, que necessitaram da fisioterapia para o retorno à suas atividades esportivas.

Ainda assim, talvez por não ser entendida com clareza ou ainda por falta de uma maior valorização, a fisioterapia não é considerada essencial da maneira que poderia ser. Geralmente, as pessoas pensam na fisioterapia somente quando estão com dores ou quando têm alguma lesão ou condição limitante. Quantas pessoas pensam “ano novo, preciso ir fazer meu check-up com o fisioterapeuta”? Praticamente ninguém. E é aí que uma oportunidade de otimizar sua saúde e manter seu bem estar é perdida.
Evidentemente, quando alguém tem uma lesão como uma “torção” de tornozelo ou joelho, um estiramento muscular ou similares, muitas vezes tem consciência de que precisa realmente de tratamento fisioterapêutico. Outras vezes, porém, quando uma pessoa apresenta uma “dorzinha” nas costas, no ombro ou nos joelhos, ela pensa que “dá para agüentar” e que “não é nada demais” e segue com a “dorzinha”... até ela se transformar numa lesão mais grave, como uma hérnia de disco, uma tendinite de ombro ou uma lesão de cartilagem em joelho.
O fisioterapeuta é o profissional especializado no sistema músculo-esquelético. Ele é, de todos os profissionais da saúde, aquele que, no dia-a-dia, mais estuda e lida mais diretamente com o sistema músculo-esquelético das pessoas, e isso o torna o mais indicado para o tratamento e avaliação das disfunções desse sistema.
Além disso, o bom fisioterapeuta tem, além de sua formação de base que dura quatro ou cinco anos (isso aqui no Brasil, onde temos uma das formações mais longas), consciência da importância da formação continuada. Isso significa que ele está em constante formação. Se seu fisioterapeuta está formado há cinco anos, ele não tem apenas os quatro anos de formação para fundamentar sua prática clínica. Ele tem sim nove anos, os quatro de base e os cinco nos quais ele continuou se preparando.

É importante lembrar que todas as técnicas que muitas vezes são divulgadas entre a população, como Quiropraxia, Rolfing, Acupuntura, massagens de origem ocidental ou oriental, também são da alçada do fisioterapeuta e, portanto, estão entre os recursos que o fisioterapeuta pode utilizar em seu tratamento. Todas as abordagens técnicas relacionadas ao sistema músculo-esquelético estão à disposição do fisioterapeuta. Ele é o profissional especialista no sistema músculo-esquelético e deve ser entendido como tal.
Apesar de toda a potencialidade, o papel do fisioterapeuta na sociedade ainda é, aparentemente, bastante voltado ao conceito de reabilitação. Porém, os profissionais dessa área que estão por aí, atuando em clínicas e consultórios, têm à sua disposição uma variedade de recursos que lhes permite atuar muito além disso. Existe um potencial enorme na fisioterapia músculo-esquelética em atuar preventivamente, o que tem sido muito pouco explorado. E isso não se refere somente a orientações de postura ou de comportamento no dia-a-dia, mas também em ações onde o fisioterapeuta trabalha diretamente com o paciente, através dos recursos dos quais já mencionamos. Atuar liberando tecidos exageradamente tensos, fortalecendo músculos fracos, corrigindo movimentos inadequados, dentre tantas outras maneiras, são possibilidades pouco exploradas, mas extremamente importantes para a qualidade de vida dos indivíduos e também para a economia de gastos na sociedade. Todos já conhecem o ditado de que “prevenir é melhor do que remediar”, mas este nem sempre é feito valer. Isso pode ser mudado!

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