Conheça o que é necessário para tirar uma carta de motorista. É mais fácil do que você imagina!
Daniel Limas, da Reportagem do Vida Mais Livre
Apesar de muita gente não saber, pessoas com deficiência podem ter habilitação. Ela pode ser conquistada por qualquer pessoa com mais de 18 anos, alfabetizada, e que passe nos exames necessários. Em geral, uma junta de médicos examina a extensão da deficiência e a desenvoltura do candidato. Em São Paulo, por exemplo, o solicitante deve procurar uma clínica credenciada autorizada a realizar o exame médico e o psicotécnico especial para deficientes (clique aqui para conferir a lista de clínicas). Com o resultado do exame médico, ele poderá fazer a matrícula em um Centro de Formação de Condutores (CFC) credenciado e realizar o exame teórico no DETRAN.
Outra importante diferença está nos próprios Centros de Formação de Condutores e seus instrutores. Os locais que atendem a estes públicos devem, por razões óbvias, ter sua arquitetura plenamente acessível a estas pessoas. Além disso, os instrutores também devem receber treinamentos especiais para lidar com este público. “Nossos instrutores são treinados para entender o tipo de deficiência, e assim oferecer o tipo de carro correto e quais adaptações são necessárias”, explica Marcos Ayrton, gerente Comercial do grupo Flash de Autoescolas, localizada em São Paulo.
Os carros também necessitam de adaptações. São inúmeras as possibilidades, dependendo do tipo de deficiência da pessoa. Os professores também necessitam saber Libras (Língua Brasileira de Sinais). “Apesar de muitos deficientes auditivos terem boa leitura labial, alguns se comunicam apenas por Libras. Por isso, é fundamental ser fluente nesta língua”, explica o gerente Comercial.
Além disso, um bocado de sensibilidade também é fundamental. “Além do carro adaptado e do instrutor especializado, é importante conhecer um pouco de questões emocionais. Aqui, trabalhamos com duas linhas: a de um candidato que já nasceu com deficiência ou é há bastante tempo e a daquele que ainda está em reabilitação. Nesse último caso, é mais difícil, pois temos que condicionar as pessoas a dirigir de outra maneira”, explica Daniele Barbosa Almeida, gerente Comercial da Auto Escola Javarotti, também localizada em São Paulo.
O tempo para conseguir a tão sonhada habilitação varia caso a caso. Depende da própria pessoa, da deficiência, do empenho pessoal – o que também ocorre com as pessoas sem deficiência. “Mas, em média, a primeira habilitação de uma pessoa com deficiência leva em torno de três meses. Caso a pessoa já seja habilitada e só precise mudar para a classe especial, a demora leva cerca de 15 dias”, explica Marcos.
Segundo os entrevistados, a maioria dos candidatos a novos motoristas procura aprender a dirigir para ter mais mobilidade e mais uma opção de locomoção. “O objetivo principal deles é fazer cumprir o direito de ir e vir sem depender de ninguém.”, aponta Daniele. “Boa parte também procura mudar de categoria por conta de limitações não visíveis, que provocaram perda de movimento ou força, ou por doenças, como artrose, artrite, câncer de mama, escleroses”, acrescenta. Ele também reforça que todas essas pessoas tem direito a uma série de benefícios com relação a impostos e obrigações, como IPI, ICMS, IPVA, isenção de rodízio.
Outra curiosidade é que a maioria das pessoas com deficiência começa a tirar a carta de motorista alguns anos mais tarde que as pessoas comuns. “As pessoas sem deficiência iniciam esse processo aos 18 contra 22 anos das com deficiência. Acredito que essa diferença de idade ocorra por conta da necessidade de acompanhamento médico”, aponta Marcos. Acredito que muitas pessoas também devam se perguntar se as limitações causadas pelas deficiências afetam a segurança. Marcos garante que não: “as pessoas com deficiência, além de ter mais cuidado, têm um pouco mais de medo de dirigir. Assim, é difìcil ver um acidente causado por esses cidadãos”, aponta.
Para tirar a carta em outros estados:
Em Minas Gerais, o candidato deverá levar à junta médica doDETRAN um laudo médico especificando o seu problema físico – as pessoas com deficiência auditiva devem levar o exame audiométrico, com laudo. Para obter a permissão para dirigir, o candidato deverá realizar o exame psicotécnico antes do exame médico. O exame médico inicial deverá ser efetuado pela junta médica da Comissão de Exames Especiais do DETRAN/MG em Belo Horizonte, que irá sugerir ou não adaptações para o veículo e observar se a categoria pretendida pode ser concedida.
A continuidade do processo de habilitação será na Delegacia da Comarca ou Delegacia Regional, da cidade de residência do candidato. Após aprovação no exame psicotécnico e médico, o candidato continuará seu processo de habilitação submetendo-se, a prova teórica e prática de direção, em veículo adaptado, se for o caso. O candidato que necessite de veículo com adaptações, poderá usar o seu próprio veículo para realizar o exame de direção.
No estado do Rio de Janeiro, o interessado deve pagar a(s) taxa(s) de serviço e agendar sua ida a um dos postos do Detran, onde ele receberá a caderneta de exames com o número do RJ (protocolo de inclusão no sistema informatizado do Detran-RJ). No verso da caderneta constam o nome da clínica e o número do telefone, para que o candidato marque os exames médico e psicológico. No primeiro exame, o médico irá identificar qual a deficiência e encaminhar o candidato à perícia médica do Detran-RJ. O candidato terá de ir à perícia médica levando o laudo da clínica (motivo do encaminhamento) e a caderneta de exames. Na sequência, ele deve matricular-se num Centro de Formação de Condutores (CFC). Clique aqui para mais informações.
Confira outras páginas na internet para auxiliar na hora de se informar sobre como tirar carta de motorista em outros estados:
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